domingo, 3 de abril de 2011

EDUCAÇÃO E ADESTRAMENTO

INSTITUTO SUPERIOR DE TEOLOGIA APLICADA - INTA
DISCIPLINA: FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
PROFESSORA: EVA ARNDT








SÍNTESE DO CAPÍTULO SOBRE:
EDUCAÇÃO E ADESTRAMENTO
DO LIVRO: EDUCAÇÃO E LIBERDADE










SOBRAL
MARÇO 2009



A vontade e o arbítrio


Distingui-se a vontade do arbítrio como a forma de liberdade da ação relativa à lei moral, uma vez que quando a lei moral fala, não existe mais livre escolha, e uma vez que esta se cala diante das ações permitidas por ela, aí retornamos ao nosso livre-arbítrio.
Justifica-se então a coerção como uma disciplina essencial na educação a fim de conduzir o homem a polir sua rudeza. Conforme Kant e Fichte é necessário conduzir o aluno à ação moral efetivamente livre e não aniquilar sua vontade, pois poderia levá-lo a indecisão no exercício do seu livre-arbítrio. É dessa forma que a liberdade ilusória deve ser retirada e superada pela necessidade da lei moral.
Assim explica-se que a coerção não anula a vontade, mas que age sobre uma liberdade ilusória que se coloca como obstáculo do desenvolvimento de uma verdadeira liberdade. Restringindo o livre-arbítrio a direção da vontade boa.

A fundação de um caráter


O Caráter consiste na firmeza de determinação da ação e na sua execução.
Segundo Kant, o homem dispõe de seu caráter empírico, com seus atos como fenômenos afetados por outros fenômenos, designando uma lei de causalidade, não existindo nessa filosofia espaço para a espontaneidade da ação.
À medida que a vontade é o que interiormente pode determinar o arbítrio, deve-se então identificar a vontade com a razão prática moralmente legisladora.
O mal corrompe todas as máximas do livre-arbítrio, e mesmo o pior dos homens na utilização do seu livre-arbítrio formado um mau caráter, não deixa de ouvir dentro de si o apelo da lei, podendo então edificar-se na formação de outro caráter. Isso ocorre porque o preceito moral não desapareceu, mas foi obscurecido e permanece sempre que possível.
Portanto existe a possibilidade que cada membro da humanidade sempre tem de combater o mal dentro de si, de dominar seus pendores naturais e de dominar a liberdade de seu livre-arbítrio, respeitando a lei moral. Então, de que modo a educação poderia engendrar a moralidade na criança, se ela já não existisse nela naturalmente e antes de qualquer educação. Assim o educador deve reconhecer as manifestações dessa moralidade e facilitar a sua afirmação. Precisamos sempre formar o arbítrio de tal forma que ele admita a intenção moral como sua máxima.

Educação cívica e educação moral


A tendência moral e a exigência do dever é o que nos diferencia do animal e de toda a natureza, definindo positivamente a essência humana. Isso nos dá o reconhecimento de sujeitos livres e a existirmos como tal.
A disjunção entre egoísmo e moralidade é, segundo Fichte, uma atividade do arbítrio como uma opção entre a tendência egoísta e a tendência moral. Assim o egoísmo surge como a fonte de toda a corrupção, sendo a raiz teórica de toda a imoralidade, sendo preciso lutar contra ele o mais cedo possível, senão o homem cai na imoralidade.
O primeiro dever da educação cívica é erradicar o egoísmo, ensinando a obediência às leis enfatizando a subordinação do indivíduo à coletividade, ultrapassando o estágio de indivíduo a uma vida coletiva, assim como negando a liberdade do arbítrio e favorecendo a necessidade de uma lei moral, de negar o bem individual pelo bem de todos.
Dessa forma a educação cívica constitui, com a coerção legal, um meio de luta contra o individualismo, relacionando-se com a origem da moralidade.
Tanto Kant como Fitche concordam que a intenção fundadora da moralidade permanece interior ao sujeito e não pode ser ditada nem coagida, pois assim, não seria mais intenção moral e não resultaria mais da autonomia da vontade. Portanto, o educador para executar sua ação precisa avaliar a moralidade do aluno, sabendo se é obedecido por amor à ordem ou por temor ao castigo.

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